quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dificuldades nas instalações de primeira e segunda geração (1)

O Brasil adentrou razoavelmente cedo no campo de processamento de dados e em 1960 já contava com aproximadamente uma dúzia de equipamentos instalados ou contratados em via de instalação. O uso de computadores no período era muito complicado, não apenas pelos sistemas de memória de tambor (tanque de mercúrio), ou pelo sistema de entrada de dados por cartões perfurados: a própria infraestrutura do país dificultou em muito o uso de equipamentos de primeira e segunda geração no país.
Nesta série de posts abordaremos as dificuldades infraestruturais para a instalação dos computadores de primeira e segunda geração, que predominaram no país até o início da década de 1970. A postagem de hoje traz uma matéria com foto publicada no Correio da Manhã em 15 de março de 1961 que mostra o desabamento de parte do teto de eucatex sobre o computador UNIVAC 1105 do IBGE, danificando o equipamento e atrasando os serviços de apuração censitária de 1960. 

(Créditos da Imagem: CORREIO DA MANHA, 15 de março de 1961, p.15)

Instalar um computador demandava uma ampla logística: em primeiro lugar não se tratava de duas ou três peças, mas de conjuntos que iam de dez a 20 equipamentos, média, entre eles impressoras, tabuladoras, conferidoras, painel de entrada, sistema de memória, processamento, geradores de energia etc. Ao todo esses mainframes ocupavam todo um andar de escritório ou sala comercial que necessitava de adequações para receber o "cérebro eletrônico": ligações elétricas, espaço planejado para cada equipamento do sistema e, principalmente, um sistema de refrigeração tendo em vista os casos constantes de superaquecimento e queima de válvulas que eram a base do sistema de processamento. Nem sempre tais adequações eram feitas de modo apropriado não sendo incomuns acidentes ou a instalação de computadores em condições precárias. 

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