Seguem dados para chamada de trabalho sobre história das redes de informática em diferentes países. A conferência será realizada entre 14 e 15 de dezembro de 2017 na Università della Svizzera Italiana, os resumos e breve biografia do(a) proponente devem ser enviados para nethistories@gmail.com, até 28 de fevereiro de 2017.
Mais informações sobre a conferência e seus objetivos seguem no link abaixo
Informações
O blog tem por objetivo divulgar atividades acadêmicas, publicações e documentos que auxiliem no estudo da informática no Brasil. As postagens serão realizadas pelo grupo de estudos "Dimensões da História da Informática no Brasil", criado após o seminário de mesmo nome que ocorreu no ESOCITE 2015. Sugerimos a visita ao banco de dados do grupo no link historiadainformatica.pbworks.com/
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Artigo: Um novo 1984? O projeto RENAPE e as discussões tecnopolíticas no campo da informática brasileira durante os governos militares na década de 1970
A questão da privacidade e dos direitos sociais em relação aos usos da informática tem sido amplamente discutida na última década, com a disseminação massiva da internet e de um modelo de acesso no qual os dados de usuários e informações pessoais tornaram-se uma importante commodity. É interessante observar que o temor do uso invasivo de dados pessoais associado a máquinas é tema recorrente da ficção científica ao longo do século XX, mas não ficou restrito à literatura, tornando-se na década de 1970 foco de debate político em diversos países. No Brasil as discussões ocorreram em relação à criação do Registro Nacional de Pessoas Naturais (RENAPE), projeto conduzido com forte influência do Serviço Nacional de informação (SNI), órgão de inteligência do exército e que já contava com experiência com informática desde o início da década de 1970, quando utilizava um IBM /360 na catalogação de fichas biográficas de indivíduos considerados suspeitos.
Esse processo é o foco do artigo " Um novo 1984? O projeto RENAPE e as discussões tecnopolíticas no campo da informática brasileira durante os governos militares na década de 1970", escrito pelo historiador Marcelo Viana da PUC-RS cujo resumo e link para acesso ao texto completo seguem abaixo
RESUMO: Embora os primeiros computadores tenham chegado ao país em fins dos anos 1950, foi a partir da década de 1970 que se disseminaram na sociedade brasileira – Estado, universidades e grandes empresas fortemente investiram na incorporação e desenvolvimento destes artefatos tecnológicos. No entanto, os possíveis usos sociais destas máquinas, no contexto do autoritarismo desenvolvimentista, não eram objetos de consenso e revelavam de certo modo, as posições dos grupos sociais que buscavam influenciar os rumos da Informática brasileira à época. Esta questão foi perceptível no projeto RENAPE – Registro Nacional de Pessoas Naturais –, uma tentativa dos governos militares durante os anos 1970 de criar uma grande base de dados cadastrais informatizada e unificada dos cidadãos brasileiros. Comunidade técnico-científica, políticos e mesmo setores burocráticos mobilizaram-se, através de suas expertises e posições políticas, contra a viabilidade do projeto, visto por alguns como indesejável controle dos cidadãos, semelhante ao descrito na obra “1984” de George Orwell. Assim, nossa pesquisa intenta recuperar este debate, especialmente ocorrido durante o governo Geisel, influenciado pelo ambiente de abertura política “lenta e gradual” e de forte nacionalismo tecnológico.
PALAVRAS CHAVE: Ditadura Civil-Militar. História Social da Tecnologia. Informática
Acesse o texto integral
Esse processo é o foco do artigo " Um novo 1984? O projeto RENAPE e as discussões tecnopolíticas no campo da informática brasileira durante os governos militares na década de 1970", escrito pelo historiador Marcelo Viana da PUC-RS cujo resumo e link para acesso ao texto completo seguem abaixo
RESUMO: Embora os primeiros computadores tenham chegado ao país em fins dos anos 1950, foi a partir da década de 1970 que se disseminaram na sociedade brasileira – Estado, universidades e grandes empresas fortemente investiram na incorporação e desenvolvimento destes artefatos tecnológicos. No entanto, os possíveis usos sociais destas máquinas, no contexto do autoritarismo desenvolvimentista, não eram objetos de consenso e revelavam de certo modo, as posições dos grupos sociais que buscavam influenciar os rumos da Informática brasileira à época. Esta questão foi perceptível no projeto RENAPE – Registro Nacional de Pessoas Naturais –, uma tentativa dos governos militares durante os anos 1970 de criar uma grande base de dados cadastrais informatizada e unificada dos cidadãos brasileiros. Comunidade técnico-científica, políticos e mesmo setores burocráticos mobilizaram-se, através de suas expertises e posições políticas, contra a viabilidade do projeto, visto por alguns como indesejável controle dos cidadãos, semelhante ao descrito na obra “1984” de George Orwell. Assim, nossa pesquisa intenta recuperar este debate, especialmente ocorrido durante o governo Geisel, influenciado pelo ambiente de abertura política “lenta e gradual” e de forte nacionalismo tecnológico.
PALAVRAS CHAVE: Ditadura Civil-Militar. História Social da Tecnologia. Informática
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RENAPE
sexta-feira, 8 de abril de 2016
15º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia
Chamada para apresentação de trabalhos no 15º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia que ocorrerá entre 16 e 18 de novembro em Florianópolis/SC no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
As inscrições vão até 06.05.2016 e devem ser realizadas pelo site: www.15snhct.sbhc.org.br - as informações sobre o simpósio estão em http://www.15snhct.sbhc.org.br/simposio/view?ID_SIMPOSIO=141
As inscrições vão até 06.05.2016 e devem ser realizadas pelo site: www.15snhct.sbhc.org.br - as informações sobre o simpósio estão em http://www.15snhct.sbhc.org.br/simposio/view?ID_SIMPOSIO=141
sexta-feira, 1 de abril de 2016
SHIALC 2016 - Chamada em português
Segue a chamada do SHIALC 2016 traduzida.
Atenção, o prazo de inscrição foi prorrogado de 15 para 30 de abril de 2016
Atenção, o prazo de inscrição foi prorrogado de 15 para 30 de abril de 2016
IV SHIALC - Simpósio de História da Informática
na América Latina e Caribe
Evento associado à XLII CLEI -
Valparaíso/Chile
10-14 Outubro de 2016
Data final para o envio de trabalhos: 30 de abril de 2016 (Prazo retificado)
O IV SHIALC será realizado conjuntamente com a XLII CLEI na cidade de Valparaíso, Chile e será organizado pelas
universidades Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (PUCV) e Universidad Técnica Federico Santa María (UTFSM).
A história das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs) na América Latina e no Caribe (ALC), com
mais de cinquenta anos, revela
ao longo de sua trajetória
uma imensa experiência acumulada a partir de iniciativas, esforços e projetos pioneiros.
Integralmente incorporadas à
realidade de nossa região, as
TICs já têm uma presença
suficientemente madura para suscitar um balanço que procure dar conta de seu passado e de suas origens na ALC.
Uma reflexão e um estudo
mais extenso de sua história, que tiveram lugar inicialmente em Santiago,
Chile, em 2008 e seguiram sendo desenvolvidos ao longo do I, II e III Simpósio
de História da Informática na ALC
(realizados em Assunção, Paraguai, em 2010,
em Medellín, Colômbia, em 2012, e em Montevidéu, Uruguai, em 2014 respectivamente), ajudarão a constituí-la
como um campo valioso de pesquisa, assim como também contribuirão para a consolidação
de uma comunidade latino-americana e
caribenha de historiadores das TICs,
capaz de documentar experiências e formular
proposições que contribuam para inspirar e
produzir futuros desenvolvimentos.
São muito bem-vindas contribuições
das mais diversas áreas do
conhecimento e de práticas profissionais, uma
vez que o SHIALC é
um evento interdisciplinar, dedicado não somente à história dos artefatos
e processos de informática, mas também às relações entre informática e política,
economia, trabalho, universidade, educação, mudança
social, negócios, meio-ambiente, políticas públicas, ciência e tecnologia, cultura, artes e humanidades.
Lista de tópicos (não exaustiva) para "pesquisas históricas" e "testemunhos":
• Os primórdios da informática na ALC
• As vinculações dos primórdios da informática na ALC
com a matemática e os primórdios da eletrônica digital.
• A visão dos usos do computador nos seus primórdios e o seu processo de integração na academia, no Estado
e nos setores produtivos.
• O desenvolvimento da
computação acadêmica e dos cursos técnicos
de segundo grau, de graduação e de pós-graduação
• O desenvolvimento da
pesquisa em informática: seus grupos, suas
instituições de pesquisa e sua produção.
• O desenvolvimento da
informática em instituições e empresas públicas
e privadas.
• A colaboração e cooperação na ALC. Projetos regionais e internacionais.
• Políticas nacionais de
informática (PNI). A (ausência de)
contribuição da existência (ou ausência) de políticas de estado no desenvolvimento nacional da informática.
• O desenvolvimento das
comunicações na ALC e
seus vínculos históricos, políticos e sociais.
• Informática, cultura e artes na ALC.
• O pensamento latino-americano
sobre ciência e tecnologia e
suas contribuições para os projetos de informática nacionais e regionais.
• A constituição de redes acadêmicas e sua influência.
• A evolução da Internet e a participação de instituições da ALC neste processo.
• A questão das
culturas locais dos países da
ALC frente ao mundo globalizado
das TICs.
• Os projetos de
desenvolvimento em informática e as
biografias de seus principais personagens.
• A existência, preservação
e socialização do patrimônio constituído
pelos artefatos, informações de imprensa, documentos
e tecnologias usados nos diferentes momentos
da História da Informática na ALC.
Para o IV SHIALC, são
esperadas contribuições para
as seguintes categorias:
• Trabalhos de
pesquisa. Artigos que apresentem diferentes
dimensões da História da Informática na
ALC. O artigo deve apresentar
um texto com argumentos e proposições
baseados em depoimentos, fontes documentadas,
referências, e discussão da bibliografia relacionada.
• Testemunhos. Trabalhos que apresentem a experiência pessoal ou em grupo
de pessoas que testemunharam algum evento,
feito histórico ou experiência que
seja de relevância para a
História da Informática na ALC.
Assim cria-se uma oportunidade para que
esses depoimentos saiam do círculo
mais fechado das conversas particulares e
das recordações pessoais para alcançarem
foros mais amplos e públicos, na condição de relevantes materiais historiográficos.
• Site WEB. Podem ser apresentados documentos, fotografias, vídeos, projetos
de equipamento ou sistemas, folhetos publicitários, artigos de jornal, livros, cursos, notas de aula, programas
computacionais, etc, mesmo se publicados
anteriormente. Os objetos digitais enviados deverão estar acompanhados de uma nota comentada descrevendo a
relevância atribuída aos mesmos no
contexto da História da Informática
na ALC. Uma seleção do
material enviado será publicado em um site Web.
Informações sobre o Envio de Contribuições
• Serão aceitas propostas
para as seções "Trabalhos de
pesquisa" e "Testemunhos", que deverão ser enviados até 15 de abril de 2016,
en formato PDF, através do site da CLEI 2016
(http://clei.org/clei2016), utilizando a plataforma EasyChair.
• Os "Trabalhos
de Pesquisa" devem apresentar
resultados de pesquisa originais ou relatórios de experiências relevantes,
e não devem já ter sido publicados nem podem estar em processo de avaliação para outras conferências e/ou revistas.
• Os "Testemunhos" devem ser trabalhos que apresentem
a experiência pessoal ou em grupo de testemunhas diretas de algum evento, feito histórico ou experiência que seja de relevância
para a História da Informática
na América Latina e Caribe.
• Os trabalhos apresentados
devem ter no máximo 14 páginas,
incluindo figuras,
referências bibliográficas e um resumo de até 150 palavras na língua do
trabalho e em inglês. Serão admitidos trabalhos redigidos em espanhol,
português ou inglês.
• O formato de referência para a apresentação
dos trabalhos deve estar em conformidade com o padrão IEEE (disponível em http://www.ieee.org/opsmanual.pdf).
• Os trabalhos enviados deverão estar em conformidade com as práticas de combate ao plágio, segundo estabelecidas
no Manual de Operações dos Serviços e Produtos de Publicação da IEEE (http://www.ieee.org/opsmanual.pdf)
• O programa final e os anais somente incluirão trabalhos com ao menos um autor inscrito na categoria AUTOR
na Conferência, antes da data limite para o envio da versão final.
• Uma seleção dos melhores trabalhos será proposta para ser publicada na revista eletrônica
da CLEI. Os autores convidados
deverão apresentar uma versão melhorada e
ampliada, em inglês para a
revista electrônica CLEI, que passará por um novo
processo de avaliação.
• As propostas para o site Web devem ser enviadas com uma descrição por email para historiainformatica@yahoo.com,
e seu formato será estabelecido
de acordo com a proposta.
Para mais informações sobre o III SHIALC, visitar
Para mais informações sobre o IV SHIALC, enviar email para historiainformatica@yahoo.com
International Congress of History of Science, and Technology (ICHST)
Chamada para apresentação de trabalhos no International Congress of History of Science, and Technology (ICHST), que ocorrerá entre 23 e 29 de julho de 2017 no Rio de Janeiro.
Informações importantes:
- O prazo de submissão é 15 de abril de 2016.
- Para inscrição deverá ser enviado um resumo de 250 a 500 palavras para o email hapoc2017riodejaneiro@gmail.com
- As notificações de aceite ocorrerão a partir de maio de 2016.
Segue a chamada na íntegra:
Call for contributions to the HaPoC symposium proposal
Informações importantes:
- O prazo de submissão é 15 de abril de 2016.
- Para inscrição deverá ser enviado um resumo de 250 a 500 palavras para o email hapoc2017riodejaneiro@gmail.com
- As notificações de aceite ocorrerão a partir de maio de 2016.
Segue a chamada na íntegra:
Call for contributions to the HaPoC symposium proposal
The history of
information and communication technologies (ICTs), despite its
approximately 70 years, has already shown a rich accumulated experience
coming from the most diversified initiatives, efforts and
pioneering projects.
Fully incorporated into
reality, to the point of being considered ubiquitous, ICTs can be
considered mature enough to bring about a balance that seeks to account
for its past and its origins. A more extensive
study of their history surely contributes to establish a valuable
research field and to consolidate an international community of
historians and philosophers of ICTs, discussing and framing propositions
that can help to inspire and produce future developments.
The DHST/DLMPST Commission for the History and Philosophy of Computing is an Inter-divisionary Commission of the Division
for the History of Science and Technology and the Division of Logic, Methodology and Philosophy of Science and Technology.
As a DHST/DLMPST
commission, HaPoC will organize a Symposium at the 25th International
Congress of History of Science, and Technology (ICHST), which will be
held in the city of Rio de Janeiro, Brazil, from 23
to 29 July 2017, with the general theme “Science, Technology and
Medicine between the Global and the Local”.
The present Call for
Contributions is an opportunity to evaluate papers related to the theme
“The Ubiquity of Computing: historical and philosophical issues” to
include them into the Proposal to be submitted
to the ICHST.
Contributions from the
most diverse areas of knowledge and professional practices are welcome,
since the HaPoC Symposium is an interdisciplinary event, dedicated not
only to the history of computation artifacts
and informational processes, but also to the relationship between
computer science and politics, economy, labour, university, education,
social change, business, environment, public policies, science and
technology, culture, arts and the humanities.
List of topics of interest (not exhaustive):
• The beginnings of computer science and technology.
• The links from the beginnings of computer science with mathematics and the beginnings of digital electronics.
• History and philosophy of computing issues.
• Logical foundations of computer science.
• The uses of computer in its early days and its process of integration to the academic field, the state and the productive sectors.
• The development of professional careers in academic computing.
• The development of research in computer science: its groups, its research institutions and their production.
• The development of information technologies in public and private institutions.
• The regional and international collaboration.
• National policies of informatics. The (lack of) contribution of state policies in national development.
• The development of communications and its historical, political and social links.
• Information technologies, culture and arts.
• The establishment of academic networks and their influence.
• The evolution of the Internet and the participation of institutions in this process.
• The issue of local cultures facing the globalized world of ICTs.
• The biographies of members and pioneers of ICTs projects .
• The existence, preservation and socialization of the heritage constituted by artifacts, press publications, documents and technologies used in different moments of the history of computing.
• The beginnings of computer science and technology.
• The links from the beginnings of computer science with mathematics and the beginnings of digital electronics.
• History and philosophy of computing issues.
• Logical foundations of computer science.
• The uses of computer in its early days and its process of integration to the academic field, the state and the productive sectors.
• The development of professional careers in academic computing.
• The development of research in computer science: its groups, its research institutions and their production.
• The development of information technologies in public and private institutions.
• The regional and international collaboration.
• National policies of informatics. The (lack of) contribution of state policies in national development.
• The development of communications and its historical, political and social links.
• Information technologies, culture and arts.
• The establishment of academic networks and their influence.
• The evolution of the Internet and the participation of institutions in this process.
• The issue of local cultures facing the globalized world of ICTs.
• The biographies of members and pioneers of ICTs projects .
• The existence, preservation and socialization of the heritage constituted by artifacts, press publications, documents and technologies used in different moments of the history of computing.
For this symposium,
contributions should present different dimensions of the history and
philosophy of computing, with arguments and propositions based on
testimonials, documented sources, references, and discussion
of related bibliography.
Submission details
We cordially invite researchers working in a field relevant to the main topics of the Symposium to submit a short abstract in English of approximately 250-500 words to hapoc2017riodejaneiro@gmail.com. The deadline is 15 April 2016. Acceptance notifications will be issued in early May 2016.
We cordially invite researchers working in a field relevant to the main topics of the Symposium to submit a short abstract in English of approximately 250-500 words to hapoc2017riodejaneiro@gmail.com. The deadline is 15 April 2016. Acceptance notifications will be issued in early May 2016.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Os avôs do PC (1): Válvulas, transistores, chips
2017 marcará os sessenta
anos da instalação do primeiro computador em solo nacional. Isso mesmo, embora
a revolução da informática, no sentido do amplo acesso a computadores, seja na
forma de PCs, seja na forma de portáteis como Tablets, Smartphones etc. tenha
ocorrida apenas nas últimas décadas, já fazem mais de sessenta anos que seus
"avôs" tem revolucionado a sociedade. Em geral a história da
informática antes do advento do microcomputador em meados da década de 1970 é dividida em três fases: a primeira
geração (1940-1959), marcada pela transição das máquinas de cálculos ligadas à
Segunda Guerra para máquinas comerciais de uso administrativo, limitadas a
grandes empresas e órgãos governamentais devido a seu alto custo, e ao uso de
válvulas como sistema de processamento. A segunda geração (1959-1970) foi
impulsionada pela substituição das válvulas por transistores, ocasionando mais
estabilidade, segurança, menor consumo de energia, maior capacidade de
processamento; a terceira geração (1970) marcada pelo advento do chip, que permitiu acomodar milhões de transistores em pequenas unidades.
Neste post gostaria de chamar a atenção para a diferença desses sistemas de processamento e seu papel na evolução dos computadores, de monstros de metal que ocupavam todo um andar para a tela na qual você pode ler esse texto. Em primeiro lugar é necessário ressaltar que nessa época os computadores possuíam funções mais limitadas, em geral era utilizado para realizar cálculos de altas complexidades. Atualmente, por exemplo, se pensa na potência de um processador por seu valor em giga hertz. Nas décadas de 1940-1950 esse valor era expresso no número de operações que o processadas por segundo. Por exemplo, um ENIAC, podia realizar 5000 somas, 357 multiplicações e 38 divisões por segundo. A nível de comparação um computador moderno com um ciclo de clock de 3,0 GigaHertz realiza 109 multiplicações em um segundo!
A capacidade de processamento está ligada à tecnologia utilizada. Atualmente o processador é um chip composto por milhões (em alguns casos bilhões) de microtransistores. Na época dos primeiros computadores o processamento era feito por meio de válvulas e/ou relés. Para compreendermos essa distinção é necessário tratar do nível mais básico de operação do computador, o binário. Todo computador, seja em 2016, seja em 1946, funciona fazendo cálculos a partir de uma base binária (1/0, aberto/fechado) por meio de impulsos elétricos. Um impulso eletrico alto (+5 volts) é associado ao bit 1 e um impulso elétrico baixo (0 volts) ao bit 0. Obsermos a diferença dos sistemas decimal e binário:
Válvulas, transistores e chips são, portanto, formas de converter impulsos elétricos em informação. As válvulas de computador eram semelhantes a lâmpadas com uma arquitetura mais complexa. As válvulas possuíam grandes desvantagens: em primeiro lugar eram lentas pois processavam os bits um a um (ou seja, cada apagar ou acender de válvula era um bit); em segundo lugar, a principal desvantagem era sua vida útil. Além de gerar calor e consumir muita eletricidade as válvulas queimavam com frequência encarecendo demais a manutenção e ocasionando perda de dados ou de todo o trabalho (imagine o tamanho de seu celular caso o processador fosse formado por lâmpadas...).
Comparemos rapidamente a estrutura física das válvulas com seus sucessores. Os transistores foram criados em 1947 e aplicados à informática no final da década seguinte. Menores que as válvulas eram mais seguros, geravam menos calor e consumiam menos. Os transistores são semicondutores produzidos a partir de cristais de silício, o que permite uma boa isolação (lembremos que toda informação do computador é basicamente uma pequena descarga de energia).
O próximo passo dessa evolução ocorreu no início da década de 1960 quando a Intel lançou o Intel 4004, o primeiro chip comercializado em larga escala. O chip é um estrutura de processamento complexa que possibilita colocar diversos transistores em uma única peça. O 4004 continha aproximadamente 2.300 transistores. Atualmente um chip pode alcançar números superiores a bilhões de transistores em uma única peça.
Para finalizar, observemos a diferença de tamanho e complexidade de computadores valvulados, transistorados e os que operam com chips. O primeiro modelo que apresentamos é o Univac, primeiro computador comercial da história, ocupava um andar inteiro. Foram produzidos cerca de 40 modelos vendidos a milhões de dólares (nos anos 1950!).
Na década de 1960 tivemos o auge dos computadores transistorados e o IBM 360 foi o principal modelo desta geração. Ocupava uma sala e era mais potente e confiável que seu antecessor valvulado.
No final da década de 1970 o microcomputador fazia sua estreia a nível comercial. Modelo icônico desta geração foi o Apple II, desenvolvido pela equipe liderada por Steve Jobs e Steve Wozniak. O uso de chips foi fundamental no desenvolvimento de um produto confiável, com boa capacidade de processamento e que cabia em uma mesa de trabalho (desktop).
Na próxima postagem sobre a primeira geração de computadores trataremos dos primeiros modelos de computador eletromecânicos e sua relação com a Segunda Guerra Mundial.
Neste post gostaria de chamar a atenção para a diferença desses sistemas de processamento e seu papel na evolução dos computadores, de monstros de metal que ocupavam todo um andar para a tela na qual você pode ler esse texto. Em primeiro lugar é necessário ressaltar que nessa época os computadores possuíam funções mais limitadas, em geral era utilizado para realizar cálculos de altas complexidades. Atualmente, por exemplo, se pensa na potência de um processador por seu valor em giga hertz. Nas décadas de 1940-1950 esse valor era expresso no número de operações que o processadas por segundo. Por exemplo, um ENIAC, podia realizar 5000 somas, 357 multiplicações e 38 divisões por segundo. A nível de comparação um computador moderno com um ciclo de clock de 3,0 GigaHertz realiza 109 multiplicações em um segundo!
A capacidade de processamento está ligada à tecnologia utilizada. Atualmente o processador é um chip composto por milhões (em alguns casos bilhões) de microtransistores. Na época dos primeiros computadores o processamento era feito por meio de válvulas e/ou relés. Para compreendermos essa distinção é necessário tratar do nível mais básico de operação do computador, o binário. Todo computador, seja em 2016, seja em 1946, funciona fazendo cálculos a partir de uma base binária (1/0, aberto/fechado) por meio de impulsos elétricos. Um impulso eletrico alto (+5 volts) é associado ao bit 1 e um impulso elétrico baixo (0 volts) ao bit 0. Obsermos a diferença dos sistemas decimal e binário:
Créditos da tabela: http://www.ufpa.br/dicas/progra/arq-cod.htm |
Válvulas, transistores e chips são, portanto, formas de converter impulsos elétricos em informação. As válvulas de computador eram semelhantes a lâmpadas com uma arquitetura mais complexa. As válvulas possuíam grandes desvantagens: em primeiro lugar eram lentas pois processavam os bits um a um (ou seja, cada apagar ou acender de válvula era um bit); em segundo lugar, a principal desvantagem era sua vida útil. Além de gerar calor e consumir muita eletricidade as válvulas queimavam com frequência encarecendo demais a manutenção e ocasionando perda de dados ou de todo o trabalho (imagine o tamanho de seu celular caso o processador fosse formado por lâmpadas...).
Válvula de computadores de primeira geração. Créditos da imagem: |
Placa do processador do IBM 1401. Créditos da imagem: ibm.com |
Chip Intel 4004. Créditos da imagem: wikipedia.org |
Para finalizar, observemos a diferença de tamanho e complexidade de computadores valvulados, transistorados e os que operam com chips. O primeiro modelo que apresentamos é o Univac, primeiro computador comercial da história, ocupava um andar inteiro. Foram produzidos cerca de 40 modelos vendidos a milhões de dólares (nos anos 1950!).
UNIVAC 1 em operação, 1954. Créditos da Imagem: http://explorepahistory.com/displayimage.php?imgId=1-2-1536 |
Sistema IBM 360. Créditos da imagem: http://explorepahistory.com/displayimage.php?imgId=1-2-1536 |
Apple II, 1977. Créditos d imagem: http://www.cs.columbia.edu/~sedwards/apple2fpga/ |
Na próxima postagem sobre a primeira geração de computadores trataremos dos primeiros modelos de computador eletromecânicos e sua relação com a Segunda Guerra Mundial.
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