terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Os avôs do PC (1): Válvulas, transistores, chips

2017 marcará os sessenta anos da instalação do primeiro computador em solo nacional. Isso mesmo, embora a revolução da informática, no sentido do amplo acesso a computadores, seja na forma de PCs, seja na forma de portáteis como Tablets, Smartphones etc. tenha ocorrida apenas nas últimas décadas, já fazem mais de sessenta anos que seus "avôs" tem revolucionado a sociedade. Em geral  a história da informática antes do advento do microcomputador em meados da década de 1970 é dividida em três fases: a primeira geração (1940-1959), marcada pela transição das máquinas de cálculos ligadas à Segunda Guerra para máquinas comerciais de uso administrativo, limitadas a grandes empresas e órgãos governamentais devido a seu alto custo, e ao uso de válvulas como sistema de processamento. A segunda geração (1959-1970) foi impulsionada pela substituição das válvulas por transistores, ocasionando mais estabilidade, segurança, menor consumo de energia, maior capacidade de processamento; a terceira geração (1970) marcada pelo advento do chip, que permitiu acomodar milhões de transistores em pequenas unidades.
Neste post gostaria de chamar a atenção para a diferença desses sistemas de processamento e seu papel na evolução dos computadores, de monstros de metal que ocupavam todo um andar para a tela na qual você pode ler esse texto. Em primeiro lugar é necessário ressaltar que nessa época os computadores possuíam funções mais limitadas, em geral era utilizado para realizar cálculos de altas complexidades. Atualmente, por exemplo, se pensa na potência de um processador por seu valor em giga hertz. Nas décadas de 1940-1950 esse valor era expresso no número de operações que o processadas por segundo. Por exemplo, um ENIAC, podia realizar 5000 somas, 357 multiplicações e 38 divisões por segundo. A nível de comparação um computador moderno com um ciclo de clock de 3,0 GigaHertz realiza 109  multiplicações em um segundo!
A capacidade de processamento está ligada à tecnologia utilizada. Atualmente o processador é um chip composto por milhões (em alguns casos bilhões) de microtransistores. Na época dos primeiros computadores o processamento era feito por meio de válvulas e/ou relés. Para compreendermos essa distinção é  necessário tratar do nível mais básico de operação do computador, o binário. Todo computador, seja em 2016, seja em 1946, funciona fazendo cálculos a partir de uma base binária (1/0, aberto/fechado) por meio de impulsos elétricos. Um impulso eletrico alto (+5 volts) é associado ao bit 1 e um impulso elétrico baixo (0 volts) ao bit 0. Obsermos a diferença dos sistemas decimal e binário:

 
Créditos da tabela: http://www.ufpa.br/dicas/progra/arq-cod.htm



Válvulas, transistores e chips são, portanto, formas de converter impulsos elétricos em informação. As válvulas de computador eram semelhantes a lâmpadas com uma arquitetura mais complexa. As válvulas possuíam grandes desvantagens: em primeiro lugar eram lentas pois processavam os bits um a um (ou seja, cada apagar ou acender de válvula era um bit); em segundo lugar, a principal desvantagem era sua vida útil. Além de gerar calor e consumir muita eletricidade as válvulas queimavam com frequência encarecendo demais a manutenção e ocasionando perda de dados ou de todo o trabalho (imagine o tamanho de seu celular caso o processador fosse formado por lâmpadas...).

Válvula de computadores de primeira geração. Créditos da imagem:
Comparemos rapidamente a estrutura física das válvulas com seus sucessores. Os transistores foram criados em 1947 e aplicados à informática no final da década seguinte. Menores que as válvulas eram mais seguros, geravam menos calor e consumiam menos. Os transistores são semicondutores produzidos a partir de cristais de silício, o que permite uma boa isolação (lembremos que toda informação do computador é basicamente uma pequena descarga de energia).
Placa do processador do IBM 1401. Créditos da imagem: ibm.com
O próximo passo dessa evolução ocorreu no início da década de 1960 quando a Intel lançou o Intel 4004, o primeiro chip comercializado em larga escala. O chip é um estrutura de processamento complexa que possibilita colocar diversos transistores em uma única peça. O 4004 continha aproximadamente 2.300 transistores. Atualmente um chip pode alcançar números superiores a bilhões de transistores em uma única peça.

Chip Intel 4004. Créditos da imagem: wikipedia.org

Para finalizar, observemos a diferença de tamanho e complexidade de computadores valvulados, transistorados e os que operam com chips. O primeiro modelo que apresentamos é o Univac, primeiro computador comercial da história, ocupava um andar inteiro. Foram produzidos cerca de 40 modelos vendidos a milhões de dólares (nos anos 1950!).
UNIVAC 1 em operação, 1954. Créditos da Imagem: http://explorepahistory.com/displayimage.php?imgId=1-2-1536
Na década de 1960 tivemos o auge dos computadores transistorados e o IBM 360 foi o principal modelo desta geração. Ocupava uma sala e era mais potente e confiável que seu antecessor valvulado.
Sistema IBM 360. Créditos da imagem: http://explorepahistory.com/displayimage.php?imgId=1-2-1536
No final da década de 1970 o microcomputador fazia sua estreia a nível comercial. Modelo icônico desta geração foi o Apple II, desenvolvido pela equipe liderada por Steve Jobs e Steve Wozniak. O uso de chips foi fundamental no desenvolvimento de um produto confiável, com boa capacidade de processamento e que cabia em uma mesa de trabalho (desktop).
Apple II, 1977. Créditos d imagem: http://www.cs.columbia.edu/~sedwards/apple2fpga/


Na próxima postagem sobre a primeira geração de computadores trataremos dos primeiros modelos de computador eletromecânicos e sua relação com a Segunda Guerra Mundial.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Bibliografia: Historia de la Informática en América Latina y el Caribe: Investigaciones y testimonios

Os países latino americanos tiveram experiências interessantes no campo da informática desde a década de 1950, em geral marcadas pela tentativa de superar a barreira de serem consumidores e não produtores de tecnologia de ponta, criando uma relação de dependência tecnológica. Não foram poucas, contudo, as tentativas de romper com essa estrutura de dependência, tentativas que tomavam forma de acordo com o contexto político de cada país, que entre as décadas de 60 e 80 incluiu governos ditatoriais, repressão ideológica em alguns setores acadêmicos, pressão de multinacionais interessadas em manter a liderança no mercado. 
Um exemplo forte desse cenário foi "La Noche de los Bastones Largos", que ocorreu em julho de 1966 na Universidade de Buenos Aires. No mês anterior a junta militar do general  Juan Carlos Onganía havia deposto o presidente Arturo Illia com um golpe de Estado, ponto de partida de uma ditadura que durou até 1973. Em oposição ao golpe militar e a tentativa de interferência na autonomia universitária, professores e alunos ocuparam departamentos da universidade de Buenos Aires. O que se seguiu foi uma noite de violência e depredação. Mais de 400 pessoas foram presas, laboratórios, equipamentos e bibliotecas destruídos
(O matemático Juan Carlos Merlos, um dos feridos na ação - Créditos: Biblioteca Digital FCEN UBA)
Cerca de 300 professores emigraram após a invasão do campus, principalmente da área da física, o que representou um duro golpe para o Instituto de Cálculo e para o campo da informática no país. Além da "fuga de cérebros" a destruição de equipamentos foi impactante. O primeiro computador utilizado no país, apelido de Clementina ("computador" em espanhol é, geralmente, um termo feminino, "la computadora") foi destruído na ação. 

(Clementina, primeiro computador utilizado na Argentina, 1960-1966. Créditos da imagem: Agencia CTyS)
 Esta é uma das histórias abordadas em "Historia de la Informática en América Latina y el Caribe: Investigaciones y testimonios", que conta também com narrativas sobre Brasil, Uruguai, Venezuela e Cuba. Agradeço ao organizador Raul Carnota por disponibilizar o texto integral em PDF. Para realizar o download Clique aqui e boa leitura!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Chamada de trabalhos para o SHIALC 2016

Conforme anunciado em novembro, publicamos a chamada de trabalhos para o IV Simposio Historia de la Informática en América Latina y el Caribe (SHIALC 2016), associado à Conferencia Latinoamericana de Informática (CLEI). O evento este ano ocorrerá na cidade de Valparaíso, Chile, e será organizado pela
Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (PUCV) e Universidad Técnica Federico Santa María (UTFSM). 


Neste ano foram propostas duas categorias de apresentação:

- Trabalhos de investigação: exposição de pesquisas ligadas à história da informática na América Latina e no Caribe. 
- Testemunhos: trabalhos ligados à experiência de grupos ou indivíduos que participaram desta história. Tem por objetivo contribuir com a memória da história da informática.

Informações para autores:
O prazo para a inscrição dos trabalhos é 15 de abril de 2016, por meio da plataforma CLEI:

http://clei.org/clei2016

É importante lembrar que as contribuições devem ser originais e inéditas (não publicadas nem submetidas a avaliação de periódicos) em português, espanhol ou inglês. Na inscrição deve ser enviado o artigo completo do trabalho, máximo de 14 páginas incluindo referências e imagens. Os trabalhos também devem estar em conformidade com o padrão do formato IEEE:

http://www.ieee.org/opsmanual.pdf 

Além destas categorias os organizadores do evento convidam a comunidade a contribuir com arquivos (fotos, documentos, videos, softwares, etc) que serão publicados em um futuro web site do SHIALC.
Segue na íntegra a primeira circular do evento:


IV SHIALC - Simposio Historia de la Informática
en América Latina y el Caribe
Evento Asociado del XLII CLEI  -Valparaíso/Chile
10-14 Octubre 2016


Primer llamado a presentación de trabajos

El IV SHIALC se llevará a cabo en el marco del  XLII CLEI que se realizará en la ciudad de Valparaíso, Chile y será organizado  por las Universidades Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (PUCV) y la Universidad Técnica Federico Santa María (UTFSM).

La  historia  de  las  Tecnologías  de  la  Información  y las  Comunicaciones  (TICs)  en América Latina  y el Caribe (ALC), posee a lo  largo  de  su  trayectoria (mas de 50 años),  una  inmensa  experiencia  acumulada  a  partir  de  iniciativas, esfuerzos y proyectos pioneros. Las  TICs,  integralmente  incorporadas  a  la  realidad de  nuestra    región,  tienen  una presencia suficientemente madura como para suscitar un balance que procure dar cuenta de sus orígenes y de su pasado en ALC. Alrededor del  estudio de su historia y de la reflexión sobre las múltiples conexiones que la misma tiene con la propia trayectoria de nuestras sociedades, se ha venido constituyendo un nuevo campo  valioso  de  investigación  y    una  incipiente comunidad  latinoamericana  y  caribeña  de  historiadores  de  las  TICs,  capaz  de  documentar  experiencias  y  formular  propuestas  que  contribuyan  a inspirar y producir futuros desarrollos. Este proceso  fue iniciado durante un encuentro en Santiago de Chile en el año 2008 y se fue afianzando en los tres primeros Simposios de Historia de la  Informática en ALC, realizados en  Asunción  del  Paraguay  en  2010,  en Medellín, Colombia en 2012, y en Montevideo, Uruguay en 2014, respectivamente.

El  SHIALC  es  un evento interdisciplinario dedicado no sólo a la historia de los artefactos  y de los desarrollos de la informática,  sino  también  a  las  relaciones  entre  informática  y  política,  economía, trabajo,  universidad,  educación,  cambio  social,  negocios,  medio  ambiente,  políticas públicas, ciencia y tecnología, cultura, artes y humanidades.  Serán  muy  bienvenidas  las  contribuciones  provenientes  de  las  más  diversas  áreas  de conocimiento  y  de  diferentes  prácticas  profesionales.
 
Propuesta de tópicos (no exhaustiva) para el desarrollo de investigaciones históricas y para la producción de testimonios:
  Los inicios de la informática en  ALC
  Las vinculaciones de los inicios de la informática en ALC con la matemática  y con los inicios de la electrónica digital.
  La visión de los usos de la computadora que dominó en sus inicios y el proceso de integración de la academia, el Estado y los sectores productivos. 
  El desarrollo de la computación académica y de las carreras técnicas, de grado y de posgrado.
  El desarrollo de la investigación  en informática: sus grupos, sus instituciones  y su producción.
  El desarrollo de la informática en instituciones públicas y privadas.
  La  colaboración  y  la  cooperación  en  ALC.  Proyectos  regionales  e internacionales.
  Políticas  nacionales  de  informática  (PNI).  La  contribución  de  la existencia  (o  ausencia)  de  políticas  de  estado  en  el  desarrollo  nacional  de  la  informática.
  El desarrollo de las comunicaciones en ALC y sus  vínculos históricos, políticos y sociales.
  Informática, cultura  y artes en ALC.
  El pensamiento latinoamericano sobre ciencia y tecnología y sus contribuciones a los proyectos de informática nacionales y regionales.
  La constitución de redes académicas y su influencia.
  La  evolución  de  Internet  y  la  participación  de  instituciones  de  ALC  en  este proceso.
  La  cuestión  de  las  culturas  locales  de  los  países  de  ALC  frente  al  mundo globalizado de las TICs.
  Los proyectos de desarrollo en informática y las biografías de sus protagonistas.
• La    existencia,  preservación  y  socialización  del  patrimonio  constituido  por  los  artefactos,  la  información  de  prensa, documentos  y tecnologías  usados  en  los diferentes momentos  de la  Historia de la Informática en ALC.

Para  el IV SHIALC  se  esperan  contribuciones  en  las  siguientes categorías:
  Trabajos  de  investigación. Artículos  que  presenten  diferentes  dimensiones  de la  Historia  de  la  Informática  en  ALC.  El  texto  del  artículo  debe  presentar argumentos  y  proposiciones  basados  en  declaraciones,  fuentes  documentales, referencias y discusión de la bibliografía relacionada. 
  Testimonios. Trabajos  que  presenten  la  experiencia  personal  o  grupal  de personas que fueron testigos de algún evento, hecho histórico o experiencia que sea  de  relevancia para  la  Historia  de  la  Informática  en  ALC.  De  este  modo  se crea  una  oportunidad para  que  esos  testimonios  salgan  del  círculo  mas  cerrado de las conversaciones particulares y de los recuerdos personales y alcancen foros más amplios y de carácter público, en su condición de elementos relevantes para la historiografía.
  Sitio WEB. Se pueden presentar documentos,  fotografías, vídeos, proyectos de equipamientos  o  de  sistemas,  folletos  publicitarios,  artículos  periodísticos, libros,  cursos,  notas  de  clases,  programas  computacionales,  etc.  incluso  si hubieran sido publicados anteriormente.  Los objetos digitales enviados deberán estar  acompañados  de  una  nota  en  la  que  describa  la  relevancia  que  les  es atribuida a los mismos en el contexto de la Historia de la  Informática en  ALC. Una selección del material enviado será publicado en un sitio Web.

Información sobre el Envío de Contribuciones
  Se  aceptarán  propuestas  para  las  categorías  "Trabajos  de  investigación"  y "Testimonios".
  Los trabajos podrán estar escritos en castellano, portugués o inglés, y deben ser enviados  hasta  el  15 de abril de 2016, en  formato  PDF,  a  través  del  sitio  de CLEI 2016 (http://clei.org/clei2016), utilizando la plataforma EasyChair. 
  Los  "Trabajos  de  investigación"  deben  presentar  resultados  de  investigación originales o informes de experiencias relevantes, y no deben estar publicados ni en proceso de evaluación para otras conferencias y/o revistas.
  Los  "Testimonios"  deben  ser  trabajos  que  presenten la  experiencia  personal  o grupal  de  testigos  directos  de  algún  evento,  hecho histórico  o  experiencia  que sea relevante para la Historia de la Informática en América Latina y el Caribe.
  Los  trabajos  presentados  deben  tener  como  máximo  14  páginas,  incluyendo figuras,  referencias  bibliográficas  y  un  resumen  de  hasta  150  palabras  en  el idioma del trabajo y en inglés.
  Los  trabajos deberán utilizar el  formato  IEEE  (disponible  en  la  página http://www.ieee.org/opsmanual.pdf).  
•  Los trabajos enviados deberán ser contribuciones intelectuales sustanciales de los autores y seguir las prácticas para evitar el plagio establecidas en el Manual de Operaciones de los Servicios y Productos de Publicación de IEEE (http://www.ieee.org/opsmanual.pdf)
  El  programa  final  y  los  anales  incluirán  solamente trabajos  con  al  menos  un autor inscripto en la categoría AUTOR en la Conferencia antes de la fecha límite para el envío de la versión final.
  Una  selección  de  los  mejores  trabajos  será  propuesta  para  ser  publicada  en  la revista electrónica del CLEI. Para esto  los autores convidados deberán presentar una versión mejorada y ampliada en inglés que pasará por un nuevo proceso de evaluación.
  Las  propuestas  para  el  sitio  Web  deben  ser  enviadas,  acompañadas  de  una descripción,  por  email  a  la  casilla historiainformatica@yahoo.com  y  su  formato  será establecido de acuerdo con la propuesta. 

Para obtener  información sobre el IV SHIALC se puede enviar correo electrónico a la casilla historiainformatica@yahoo.com