segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Simposio de Historia de la Informática de América Latina y el Caribe (SHIALC)

Desde 2010 o Simposio de Historia de la Informática de América Latina y el Caribe (SHIALC) vêm congregrando pesquisadores e atores ligados à história da informática na América Latina, tanto em pontos de vista mais específicos (no caso as particularidades desse processo em cada país), quanto em perspectivas mais abrangentes, que buscam sistematizar esse processo de uma forma mais integrada e comparativa, pensando similitudes e diferenças em relação à chegada e ao uso de computadores na América Latina.
Os trabalhos apresentados no Shialc tem, em geral, duas perspectivas: de um lado relatos e questões ligadas à memória de agentes ligados à informatização da América Latina; de outros perspectivas mais "historiográficas", sejam em relação a estudos de caso ou de processos mais complexos. Ao longo dos últimos 5 anos desta década foram realizados três encontros e os anais desses simpósio são material rico tanto para pesquisadores mais experientes quanto para iniciantes neste campo. Para acessar os arquivos do primeiro (Assunção, 2010) e segundo (Medellín, 2012) SHIALC clique aqui. Agradeço neste caso ao pessoal da UFRJ e do HCTE (http://www.hcte.ufrj.br/index.html) por disponibilizarem essa documentação.

Participantes do III SHIALC na Universidad de la República em Montevidéu. Créditos da foto: Marcelo Vianna

A última edição do simpósio (Montevidéu, 2014), também contou com a publicação dos anais, clique aqui para fazer o download. Por fim, adianto que o a quarta edição do evento está prevista para ocorrer em meados de outubro de 2016 em Valparaíso, Chile, publicaremos a chamada oficial quando for lançada.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dificuldades nas instalações de primeira e segunda geração (1)

O Brasil adentrou razoavelmente cedo no campo de processamento de dados e em 1960 já contava com aproximadamente uma dúzia de equipamentos instalados ou contratados em via de instalação. O uso de computadores no período era muito complicado, não apenas pelos sistemas de memória de tambor (tanque de mercúrio), ou pelo sistema de entrada de dados por cartões perfurados: a própria infraestrutura do país dificultou em muito o uso de equipamentos de primeira e segunda geração no país.
Nesta série de posts abordaremos as dificuldades infraestruturais para a instalação dos computadores de primeira e segunda geração, que predominaram no país até o início da década de 1970. A postagem de hoje traz uma matéria com foto publicada no Correio da Manhã em 15 de março de 1961 que mostra o desabamento de parte do teto de eucatex sobre o computador UNIVAC 1105 do IBGE, danificando o equipamento e atrasando os serviços de apuração censitária de 1960. 

(Créditos da Imagem: CORREIO DA MANHA, 15 de março de 1961, p.15)

Instalar um computador demandava uma ampla logística: em primeiro lugar não se tratava de duas ou três peças, mas de conjuntos que iam de dez a 20 equipamentos, média, entre eles impressoras, tabuladoras, conferidoras, painel de entrada, sistema de memória, processamento, geradores de energia etc. Ao todo esses mainframes ocupavam todo um andar de escritório ou sala comercial que necessitava de adequações para receber o "cérebro eletrônico": ligações elétricas, espaço planejado para cada equipamento do sistema e, principalmente, um sistema de refrigeração tendo em vista os casos constantes de superaquecimento e queima de válvulas que eram a base do sistema de processamento. Nem sempre tais adequações eram feitas de modo apropriado não sendo incomuns acidentes ou a instalação de computadores em condições precárias. 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dimensões da História da Informática no Brasil

O blog tem por objetivo divulgar atividades acadêmicas, publicações e documentos que auxiliem no estudo da informática no Brasil. As postagens serão realizadas pelo grupo de estudos "Dimensões da História da Informática no Brasil", criado após o seminário de mesmo nome que ocorreu no ESOCITE 2015. Sugerimos a visita ao banco de dados do grupo no link historiadainformatica.pbworks.com/

Para entrar contato com o grupo, sugestões e envio de material escrever para: lucasufabc2015@gmail.com
Na foto secretárias operam o painel do UNIVAC 1105, computador instalado no IBGE e que teve como principal função a apuração do Censo de 1960. Créditos da Foto: IBGE: (http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=427998)

Pedro Augusto Pinho e a coluna "Processamento de Dados"

                            (Charge representando um "Homem Cibernético". Artista: Vagno. Ano: 1968)

Até o final da década de 1960 não haviam periódicos especializados em informática e as informações sobre os "cérebros eletrônicos" eram publicadas de modo disperso, em coleções pontuais ou anais de eventos eventos como o Congresso Nacional de Processamento de Dados (CNPD), cujo primeiro encontro remete a 1967, ou a Revista do Centro de Processamento de Dados (1961-1963) editada pelo IBGE. Em relação aos jornais de grande circulação a informática passou a ter influência consideravelmente ampliada a partir de 1965 em geral em páginas de economia e ciências, na maioria das vezes se referindo a alguma instalação ou aquisição de computadores por parte de empresas de médio e grande porte.
A partir de 1969 ocorreu uma verdadeira "explosão" da informática no Brasil, período marcado por crescimento rápido tanto no número de máquinas instaladas, quanto na formação de um campo da informática: pesquisa e ensino universitário, ampliação do número de empresas a utilizar serviços de informática por meio dos bureaus de serviço, aprovações de leis fiscais e trabalhistas que demandavam processamento de dados, tais como as notas fiscais, a automação do imposto de renda e o Programa de Integração Social (PIS).
Tal explosão também pode ser sentida nos meios editoriais com o surgimento de publicações especializadas como a Revista da Sucesu (1972) e a Revista Dados e Ideias (1975). Mas antes desses periódicos a informática também passou a figurar de moto mais contundente nos jornais de grande circulação e em 1968 ganharam um espaço próprio: a coluna Processamento de Dados, editada no suplemento Correio Econômico do jornal Correio da Manhã. Pedro, à época jovem e atarefado dividia-se entre as graduações em direito e administração pública e o trabalho na sessão de processamento de dados da Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro, no qual passou a ter contato com computadores, no caso o modelo IBM 1401.


Nesta página farei o upload na íntegra de todas a publicações de Pedro Pinho entre 1968 e 1969 nos jornais Correio da Manhã e O Globo. Suas colunas nos permitem ver de um modo um pouco mais sistemático as discussões sobre a informática no período: debates técnicos e teóricos, a informática em setores como educação, economia, administração, bem como dados sobre números de equipamentos instalados e uso no país. É com grande prazer que inauguro os posts periódicos da coluna "Processamento de Dados" escritas por Pedro Pinho, hoje avô e aposentado, a quem agradeço pelo material e, principalmente, pelas conversas.



Inicio a publicação com um caderno especial publicado em 1968 de 8 páginas, intitulado "O mundo dos computadores" repleto de discussões, informações, propagandas, fotos e imagens sobre os "cérebros eletrônicos" na virada da década. Boa leitura!
Para visualizar todas as páginas clique aqui e acesse o banco de dados do grupo.